Livros e Escritos
O MISTÉRIO DO ATAQUE TERRORISTA AO NAVIO ANGOCHE
Crónica de uma investigação
Quem em Portugal planeou, executou, e ocultou a autoria do ataque terrorista ao navio Angoche nas costas de Moçambique em 1971? O presente livro propõe-se desvendar o enigma. Outros mistérios correm neste Portugal contemporâneo a par do ‘caso Angoche’: a agência de espionagem e de mercenários AGINTER-PRESS, vertente portuguesa da Operação Gládio, ‘filha’ da NATO e da CIA; um enigmático Mr. HERBERT LESTER, agente secreto e conselheiro de Salazar; a rede de JORGE JARDIM, o ‘Lawrence d’ África’; e um conde, ‘Conde de Pavullo’, o patriarca ZOIO, com uma teia lusa de mercadores da morte.
Moçambique, 23 de Abril de1971, sexta-feira à noite. O navio português Angoche é atacado, incendiado. Por quem? Os ocupantes, 23 elementos da tripulação e um passageiro, desapareceram todos. O Angoche está deserto. Dois dias depois, ao entardecer de domingo, 25 de Abril de1971, uma mulher portuguesa de um bar de alterne é 'suicidada', atirada do 5º andar de um prédio da cidade da Beira, o ‘miramortos’. Um mistério liga os dois casos. Até hoje, nunca apareceu nenhum dos que estavam no Angoche, vivos, mortos, ou quaisquer despojos... um x-files, um ‘ficheiros secretos’ à portuguesa. Sabemos agora quem é o autor!
Dossier Makwákwa - Renamo: uma descida ao coração das trevas
ISBN: 9789725592731 - ISBN 972-559-273-5 C.I.: 00000162539 368 pgs. Autor: Paulo Oliveira
Assassinatos políticos, terrorismo, massacres, (des)informação, propaganda, rapto de portugueses e soviéticos, contactos com o KGB, a vivência com o presidente da guerrilha Afonso Dhlakama, execuções sumárias, espionagem, mistério, e traição contínua, incluindo a eliminação dos dois secretários-gerais da guerrilha, em Pretória e Lisboa, pululam nas páginas do livro e mostram bem toda uma manipulação inerente aos processos militares e políticos que entranham esse coração das trevas do grande continente negro. E não faltam referências ao sombrio papel desempenhado pelas autoridades e serviços militares de informação portugueses - a DINFO - e os seus agentes no terreno, procurando ombrear com a AMI sul-africana, o BND da Alemanha Federal e outros.
Das matas africanas a acção salta para Portugal e Europa ocidental, e toda a trama envolvente, redundando quatro anos depois num regresso a Maputo, após a morte ‘acidentada’ de elementos da delegação em Lisboa, incluindo um antigo embaixador moçambicano, e o fi m misterioso de Samora Machel - aqui também analisado - e toda a subsequente transformação do regime. Afi nal, vai reencontrar um país que nada tem a ver com a terra que antes conheceu, tudo não passa de um tremendo murro nostálgico, numa terra entretanto coberta pelo denso manto da corrupção. Uma cidade cercada pela guerra, entorpecida pelas cálidas águas da baía, e onde não faltam as muitas tentações das sensuais e tórridas mulheres moçambicanas.
Tudo isto jorra impetuosamente no livro, em linguagem escorreita, por vezes ácida, mordaz, a roçar o cinismo. Em suma, um escrito crú, puro e duro.
A óbvia semelhança com pessoas e factos reais nunca é coincidência.
NAQUELES TEMPOS NA MALHANGALENE
Memórias de Lourenço Marques - 1960 a 1979
Esta história principia em 1960 quando tendo dez meses de idade embarco com os meus pais no
paquete Angola desde Lisboa rumo à então ‘África Oriental Portuguesa’ – a Moçambique - onde
nos fixamos na capital, Lourenço Marques.
Volume dividido em três partes - 1960 a 1965, na Rua de Faro, Malhangalene. 1965 a 1974 na Rua de Coimbra, Malhangalene. 1974 a 1979 - os tempos após o 25 de Abril e a Independência, na avenida Brito Camacho
MAK - Operação D7
Mak - Operação D7 (eBook), de Paulo Oliveira
ISBN: 9789899819504 Ano de edição ou reimpressão: 07-2013 Editor: Escrytos|Ed. Autor Idioma: Português Tipo de Produto: eBook Formato: ePUB i Classificação Temática: eBooks > eBooks em Português > Literatura > Romance
SINOPSE
Mak, ele mesmo se define: `fui apanhado no gume da História'. Partido entre dois mundos e duas épocas ele é alguém perturbado, demasiado perturbado. Perturbador, sobretudo. E conhece bem como usar essa faceta nos seus intentos construidos de uma amálgama de cinismo, loucura e aventureirismo, naquilo que, para ele, considera ser apenas a `verdadeira justiça'. Teimoso e obcecado, extremamente convencido, consegue assim, e a partir do seu caso e trauma pessoais, aglutinar uma horda fanática e heterogénea em autêntica cruzada revanchista anti- francesa. Mak não deixa contudo de ser mordaz e acertar nalguns alvos `malditos', com ou sem aspas. No fundo, será difícil dizer qual a faceta de Mak que sobreviveu a todo o ritual contado nestas páginas. Entre traficantes de armas e drogas, terroristas árabes, aventureiros e oportunistas de toda a espécie, Mak vai estendendo a sua teia implacável, de Paris a Lisboa, de Maputo ao Cairo.
O AUTOR
Após sete anos de envolvimento com o movimento de guerrilha moçambicano, o autor, Paulo Oliveira, abandona a Renamo em Outubro de 1987 por divergências quanto ao excessivo controlo sul-africano e à linha de actuação do grupo. Ainda em finais desse ano edita um primeiro número de um boletim independente sobre Moçambique e a África Austral. Em 14 de Março de 1988, e contando com uma certa liberalização do regime, regressa a Maputo, onde vive até finais de 1991.
Possuindo alguns conhecimentos e amigos no Cairo e, mais ao norte, no delta do Nilo, em Mahalla al-Kubra, e nos meios árabes da banlieu parisiense, o facto permitiu-lhe arranjar material para um romance de ficção, este ‘Mak: Operação D7’, que classifica como um ‘quase-manual de terrorismo’, escrito em 1997.
A verdade de toda essas histórias relatadas, onde mora ela? Poucos, muito poucos, que o conhecem bem, tentam explicar tudo de outra forma. Não, nem de um lado nem de outro, como sempre, jogou só por si e para si. A 'trip' africana apesar de tudo o que se noticiou e descreveu, não passou disso mesmo. Um acumular, uma soma de revanche, nostalgia imensa e um exílio da alma, urgente.
Às vezes é assim, procura-se um local de despojamento onde possamos renascer, um deserto para tudo esquecer e deixarmo-nos renovar nesse estado de contemplação. Acima de tudo, como garantem, um exílio da alma e do espírito. Ninguém poderá nunca explicar bem porquê, e ele não dirá nunca uma palavra. Sobre isto podemos estar certos.
AVENTURA EM DOIS CONTINENTES
Um livro de ficção política internacional, a acção decorre em Paris, Cairo e mais ao norte, Lisboa e em Moçambique.
1991 / 1997 Após o mergulho nesse ‘Coração das Trevas’ em O Dossier Makwákwa, segue-se este 'Aventura em Dois Continentes' 1991-1997 - Sete Anos de deambulações e Apontamentos de Viagem.
(...) Lisboa - 22 de Outubro de 1991
Como é diferente este regresso a Lisboa. A saída da extensa e verde planura tropical, para viver de novo sob uma redoma acinzentada reflectindo montanhas de betão, se bem que o céu esteja límpido e cristalino nesta suave manhã de outono.
(...) E hoje é também o dia, a tarde e a hora, o momento por fim, de eu e o Ahmed pormos as cartas em cima da mesa.
Quando o sol diariamente se ergue sobre o delta e incide aqui nos 31º de paralelo norte e a 31º a leste do meridiano de Greenwich, vem inundar de ouro todo este plaino verde húmido. Dezenas, centenas de milhar de braços escuros, tisnados, laboram nestes campos das margens férteis, este rendilhado de inúmeros capilares do sinuoso Nilo.
E toda esta luz que em torrente cai dos céus sobre a mansidão dos campos e das águas vem multiplicar-se em matizes de um laranja dourado sobre os biliões de pequenas partículas em suspenso na atmosfera. Um filete luminoso do astro-rei resplandece agora, preenche a sala do Meridian conforme se coa pelas longas vidraças, toca em cheio as costas do Ahmed em plena contra-luz, arranca-lhe halos de faíscas ao caracóis revoltos no cabelo e vem aflorar a alvura da mesa, o prateado dos talheres.
Tudo tão sereno… Todo este ouro e verde que nos separam da imensidão inclemente do deserto que se adivinha na lonjura a leste e a ocidente, e já nessas partículas mensageiras que espiralam na atmosfera. Mas Meridian, Mahalla Al-Kubra, Tanta, toda a região de Gharbia e do delta, o vale, é um oásis gigantesco que vive e corre a par do Nilo.
E ouço-o agora, mais alto, esforça-se por me arrancar ao sonho quase ébrio, ao eco interior desta paisagem e calma imensas, esplendorosas, de onde não quero acordar… fala-me de preços… Preços! – sento-me mais a prumo, palmas sobre o tampo da mesa…
- Eh Ahmed! Les gens sont pauvres… eeeh?! – ‘valores’, preços… este gajo quer-me ouvir e eu nem bebi assim tanto, uma ou duas Stellas para afogar o raio dos pombos inchados de arroz e especiarias. – Combien? Combien d’ argent? Pour les pauvres?!... – estou a espicaçá-lo. Parece mais mortiço o lençol de luz que lhe varre costados e cabelo e aflora as mangas do pull-over avermelhado. Mas ainda contra-ataca, este gajo.
– Maria?! Paul! Maria? Tu parles avec Maria, oui ?!... Tu as parlé… Tch ! Tch ! – parece um comboio a iniciar a marcha.
- Oui?! - Probléme?
- Non, Monsieur Charlie… Maria elle est… - parece engolir em seco o jovem árabe.
- Est qui? Toi, dit! Qu-est-ce que tu veux ? Hein ? Toi, ‘les gens sont pauvres sont pauvres ! Merde ! Putain ! Tu veux me faire la tête ? C’est ça ? Alors, et Monsieur Youssef ? Qu’est-ce q’ on fait sur lui ? – eu a falar sobre o José Clemente, nas nossas relações e ralações comerciais, ele continuava a bordo desta carroça, até quando?
Claro que o Ahmed pelo que sinto estará logo disposto a aceitar troca por troca – que eu deixe cair a Maria que ele não se importará nada em arredarmos o Clemente na componente lisboeta. (...)